terça-feira, 30 de junho de 2009

Ira


“O sorriso é a luz do sol da alma, e sem luz do sol, nada nem ninguém pode viver os crescer.”

Winston Churchill.

Namasté

Perdemos a cabeça com uma facilidade incrível hoje em dia, e mais do que isso somos agressivos para o outro quando perdemos a cabeça, porque a revolta que temos dentro de nós é tão grande que não conseguimos esconder a frustração enorme de alguém, ou algo não corresponder às nossas expectativas.

A ira é capaz de destruir relacionamentos amorosos, e interfere na forma de comunicar entre as pessoas, uma vez que quando estamos revoltados, dizemos coisas que não queremos e magoamos muitas vezes pessoas de quem gostamos verdadeiramente. Alguém me disse uma vez, para eu ver um coração como uma folha de papel, liso e bonita, mas quando a amarrotamos por muito que possamos tentar de novo colocá-la direito não conseguiremos e assim é também o coração, depois de magoado, dificilmente voltará a ser igual.

Como todas as emoções o Ira é resultado de um pensamento.

A ira Faz parte de nós, mas devemos reconhecer que temos de trabalhar na sua gestão para que aos poucos vá desaparecendo, ao longo do nosso caminho. Não vale a pena dizer que se é desta forma, e que seremos assim sempre, porque esse é o caminho fácil para não mudar nada, para que tudo seja sempre da mesma forma, Será mais uma desculpa para não trabalharmos em nós mesmos como tantas vezes fazemos em relação a tantos outros assuntos. Pergunto-me se temos o direito de andar a fazer pagar os outros a pagar pela forma como alguém é, e que com petulância, diz que não vai mudar. As pessoas que vivem na agressividade, são pessoas que sofrem muito, no seu interior, devemos ter alguma paciência com elas, e tentar ajudar se a pessoa quiser naturalmente ser ajudada.

Outra pergunta que me tenho feito sobre este tema, diz respeito ao facto de quando reconhecer que atingimos o nosso limite em relação á agressão de comportamento de determinada pessoa?

Penso que este limite é colocado por cada um e isso só experienciando. Sobre esta questão dos limites de cada um, queria os deixar uma vivencia pessoal, que como o nome indica é apenas a minha experiencia para determinar o meu limite.

Nas Minha relações, existe um indivíduo que vive nesta emoção com frequência por causa da sua frustração, não vou aqui procurar as suas razões, é o seu caminho. Sempre que queria gritar, explodir a sua Raiva, arranjava uma desculpa qualquer comigo ou com outra pessoa, mas como estava eu mais próximo muitas vezes, era eu, porque estas pessoas agressivas sabem bem com quem fazer e explodir. Não escolhem qualquer pessoa. Quando essa pessoa estava irritada, aparecia com extraordinária agressividade verbal e num tom de voz muito alto, como se eu não ouvisse. Estava ali a dois passos. Ele insistia em gritar, sempre me perguntei porquê, porque eu estava ali mesmo ao lado dele. Aquilo magoava-me imenso, mas eu tinha a esperança, de que ele aprendesse com o que tinha feito, porque voltava mais tarde, sempre com um pedido de desculpas, e claro a dizer que não se voltaria a passar. Tudo bem, todos temos o direito a dias menos bons na nossa vida. Sempre achei que as coisas Iam mudar, e depois da agressividade enorme, lá vinha o bom ambiente, como se ele precisasse daquilo para estar bem, e na realidade precisava, era o seu valium para relaxar. Isto varias vezes, até que chegamos a um ponto em que sentimos que nada vai mudar e achamos que chegámos ao limite. Eu penso que o meu limite para uma situação destas é quando percebo que a pessoa não vai muda, que nem com paciência, ou tolerância, conversa ou seja o que for, mudará algo, portanto se me magoa e o seu comportamento em nada muda, terei eu que mudar algo para não me sentir magoado mais com aquela situação que considero ser um abuso no meu entender para o meu interior.

Eu considero que em muitas situações, sofremos pelos outros, para que eles possam aprender a ser melhores, assim como os outros sofrem por nós, é assim que nos chegamos a encontrar connosco mesmos, porque apenas o nosso trabalho interior não Seria possível, é também necessário que os outros nos façam experienciar quem queremos ser e quem já somos.

Quando um dia essa pessoa veio gritar comigo em mais uma das situações, eu reagi, já tinha atingido o meu limite. Disse-lhe que aquela seria a última vez que gritava comigo. Não me interessa a as razões porque o fazia, deixe de me preocupar com isso, para me preocupar comigo mesmo, e com o que estava a sentir. Mesmo que tenhamos feito algo de muito negativo, nada leva a que tenhamos de ser sujeites a um comportamento agressivo da parte do outro. É este tipo de situações que lavam a que pessoas sensíveis possam ficar traumatizadas psicologicamente para sempre.

Este tipo de indivíduos sofre imenso, mas quem está ao seu redor sofre igualmente. Neste momento da minha vida, não tolero ninguém que grite comigo, admito que me posam dizer as coisas com educação, e permito uma vez que a pessoa se possa exceder no seu comportamento, pode acontecer, todos temos dias menos bons, mas quando vejo que é cíclico da parte de alguém, eu não permito que essa pessoa pertença ao meu espaço.

Namasté

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